domingo, 3 de maio de 2009

ACTO CRIADOR















Com gestos pagãos
dou forma-mulher
à tua estatura
e faço escultura
ao longo das mãos
Num golpe de mestre
renasço-te virgem
em obra criada
Já não és mulher
És só o fluido
que escorre de mim
ideia
vertigem
Depois uma fúria qualquer
começa a alastrar-se
em todo o teu corpo
Um vento selvagem
possui os teus braços
as pernas
o ventre
Um grito demente
percorre-te a voz
E és volúpia
o espaço
e a noite

Manuela Amaral

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