sábado, 5 de março de 2011

Mercy, suspense psicológico com lésbicas e BDSM

     Seduzidas para a Morte é o péssimo título em português para o filme Mercy (Piedade em inglês), referência a uma das palavras de segurança (safeword) mais comuns em BDSM. O filme trata da saga da detetive Catherine Palmer (Ellen Barkin) em busca de solução para uma série de crimes, com requintes de crueldade, envolvendo mulheres da alta-sociedade local.

     Já  nos início das investigações, ela conhece Vickie Kittrie (Peta Wilson, da série La Femme Nikita), através da qual descobre que as vítimas pertenciam a um clube de mulheres que experimentam, entre si, diferentes formas de sexo e erotismo, entre as quais o BDSM.

   Mercy lembra muito outro filme envolvendo BDSM e homossexualidade, no caso homossexualidade masculina, de 1980, chamado Parceiros da Noite (Crusing), onde um também policial, Al Pacino, se infiltra na fechadíssima comunidade gay leather de Nova York em busca de um serial killer que andava espalhando o terror entre os praticantes. Em ambos os filmes, predomina a linguagem psicanalítica buscando encontrar, em traumas da infância com mães ou pais negligentes ou mesmo sexualmente abusivos, as razões para as pessoas terem se metido no mundo sadomasoquista e suas perversões. Em ambos também, principalmente em Parceiros da Noite, os policiais se envolvem com os personagens do mundo bdsmista e encontram em si mesmos ecos do prazer que se sente por meio da dor ou de situações inusitadas.

Enquanto busca o assassino das elegantes senhoras pervertidas, a detetive Palmer quase chega às vias de fato com a bela Vickie que garante as melhores cenas do filme e uma boa motivação para assisti-lo. Abaixo reproduzo trecho da película em que ela faz uma encenação, em frente à janela de um quarto de hotel, para um fetichista que se excita em atirar contra pessoas. Aliás, de forma geral, Mercy tem um clima mais para filme snuff (onde prevalece a  morbidez e a violência sexual seguidas de morte) do que para BDSM. Outras duas cenas interessantes, essas mais baunilhas, são as onde se vê Vickie seduzindo uma mulher, numa loja de roupas, e a própria detetive Palmer na cozinha de sua casa.

Deixo também link para se baixar o filme pela Internet. A legendagem está em português de Portugal e não é lá essas coisas, mas dá para entender a história sem maiores problemas. Clique aqui para baixar. É preciso esperar alguns segundos para abrir o botão do download comum. Comentários são bem-vindos.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

S&M, com Rihanna

Mais uma artista, agora a cantora Rihanna, adere ao visual fetichista, com o clipe da música SM, single do álbum Loud, onde aparece presa contra a parede dentro de um plástico, para uma conferência de imprensa. Outras cenas do clipe também são repletas de referências fetichistas como ballgags, bondage, dogboys, couro, latex, chicotes, etc.

E a letra da música faz jus ao título. Alguns trechos: Me sentindo tão bem sendo má. Não há jeito de voltar atrás. Agora a dor é meu prazer... Paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas correntes e chicotes me excitam..

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Sexo em público num vagão do metrô: você faria?!?

Muit@s têm a fantasia de fazer sexo em público com ou sem  plateia em volta. Como geralmente esse fetiche é arriscado porque pode gerar atitudes agressivas de transeuntes mais conservadores ou problemas com a polícia, por atentado ao pudor, com consequente prisão, a maoria das pessoas o mantém só na imaginação. Vez ou outra, contudo, alguém se arrisca e põe em prática o ilícito.

Foi o caso de um casal hétero que resolveu transar num vagão de metrô em Viena, na Áustria, próximo à estação U1 Vorgartenstrasse, foi filmado pelos celulares de outros passageiros e viu sua performance virar hit na Internet. O que aconteceu após o fim do ato não chegou a ser divulgado, mas parte do que ocorreu durante pode ser conferido abaixo.

E você, para viver uma fantasia, também se arriscaria assim?


Fonte: Com informações do portal do G1

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Christina Aguilera imita fetichismo iniciado por Madonna

Madonna fez escola na utilização do visual fetichista em seus clipes, principalmente com Erotica de 1992, mas também de forma mais sutil em outros de seus trabalhos, como se pode ver nos vídeos abaixo. Depois dela, toda cantora que se preza, como Lady Gaga e Christina Aguilera, apresenta pelo menos um clipe de inspiração bdsmista.

Em 2010, Christina Aguilera, se saiu com o bom clipe I'm not myself tonight cheio de referências fetichistas e tributos a Madonna. Confira clipes e letras abaixo.

sábado, 29 de maio de 2010

Ghosts of love - David Lynch

A música no vídeo é Ghosts of love (Fantasmas do Amor), da trilha sonora do filme Inland Empire (Império dos Sonhos - 2006), de David Lynch, que conta a história de uma atriz loira que estrela um filme amaldiçoado e logo vai confundir sua própria identidade com a da personagem na trama.

Como em geral nos filmes do cineasta David Lynch, um roteiro linear foi o que menos se viu em Império dos Sonhos, rodado em diferentes locações em clima onírico (mais para pesadelo). O cultuado diretor é conhecido pelas ideais surreais e já afirmou querer que os espectadores sintam seus filmes em vez de tentar entendê-los de uma forma intelectual.

Nesse sentido também, ele parece ter composto a música Ghosts of love que igualmente interpreta.  Diz a letra:

Strange, what loves does/So strange, what might love does/So strange, what love does/When your all alone/Strange, what flies with ghosts of love/those ghosts of love.

Estranho o que o amor faz/Tão estranho o que o amor pode fazer/ Tão estranho o que o amor faz/ Quando você está completamente só/Estranho o que voa com os fantasmas do amor/ aqueles fantasmas do amor.

Para os que compartilham do nosso estranho amor, trata-se de uma música bem apropriada. Além do mais porque o amor é mesmo algo estranho, tão estranho....

terça-feira, 25 de maio de 2010

A melhor versão de Venus in Furs (Vênus das Peles) do Velvet Underground


















O Velvet Underground foi uma banda de vanguarda da década de 60 que, compôs, entre muitas músicas com temas polêmicos, a famosa Venus in Furs (Vênus das Peles), baseada no romance de mesmo nome do escritor  Leopold Ritter von Sacher-Masoch, de cujo sobrenome derivou o termo masoquismo.

A música teve inúmeras diferentes interpretações desde seu lançamento pelo Velvet em 1967, mas, sem dúvida, uma das versões mais interessantes é a da banda Mad Juana (foto acima) que faz uma espécie de world music com punk e rock. Posto o vídeo com a música abaixo, onde aparecem dois dos membros do grupo: Sami Yaffa (na guitarra acústica) e Karmen Guy (vocalista). Os outros membros da banda são Danny Ray (saxofone), Frank London (trompete), Mal Stein (bateria),  Marni Rice (acordeão elétrico e vocais), Zach Brock (violino) e George DeVoe (baixo).

Pena que eles cantem apenas uma parte da letra (que também transcrevo abaixo), pois a versão deles é ótima: o ritmo é mais rápido que na interpretação do Velvet, mantendo, porém, a densidade da música e da letra. O clipe também é bem legal, sutilmente fetichista.



Shiny, shiny, shiny boots of leather
Whiplash girlchild in the dark
Comes in bells, your servant, don't forsake him
Strike, dear mistress, and cure his heart

Downy sins of streetlight fancies
Chase the costumes she shall wear
Ermine furs adorn the imperious
Severin, Severin awaits you there

I am tired, I am weary
I could sleep for a thousand years
A thousand dreams that would awake me
Different colors made of tears

Kiss the boot of shiny, shiny leather
Shiny leather in the dark
Tongue of thongs, the belt that does await you
Strike, dear mistress, and cure his heart

Severin, Severin, speak so slightly
Severin, down on your bended knee
Taste the whip, in love not given lightly
Taste the whip, now plead for me

I am tired, I am weary
I could sleep for a thousand years
A thousand dreams that would awake me
Different colors made of tears

Shiny, shiny, shiny boots of leather
Whiplash girlchild in the dark
Severin, your servant comes in bells,
please don't forsake him
Strike, dear mistress, and cure his heart

terça-feira, 6 de abril de 2010

Apresentando o BDSM para sua namorada!




















Atenção: o texto abaixo é dirigido a casais de mulheres, mas pode perfeitamente ser adaptado para casais de homens e de  mulheres e homens que desejam se iniciar em BDSM. 

Então você tem uma namorada maravilhosa em muitos sentidos, e o sexo entre vocês é bom, mas você tem umas fantasias que supõe serem muito fora do comum embora lhe excitem terrivelmente. Soube que a prática dessas fantasias atende pelo nome de BDSM (Bondage, Discipline/Domination, Sadomasoquismo) e gostaria muito de experimentar algumas com sua parceira, mas não tem coragem de falar com ela sobre o assunto. E se ela (ou ele) considera o BDSM inaceitável? E se a revelação de suas fantasias afastá-la? Muitas dúvidas surgem e muitas pessoas, por medo, não ousam ir adiante em busca do prazer. Mas eu encorajaria você a vencer o medo e a pelo menos tentar conversar com sua parceira. Cito algumas estatísticas que podem lhe dar mais confiança.

Algumas estatísticas interessantes sobre BDSM
Ao contrário do que se imagina, amarrações e um pouco de dor são muito comuns nas camas de todo o mundo. Várias pesquisas mostram que até 15% da população mantêm práticas BDSM regularmente e quase 50% das pessoas reage eroticamente a algum estímulo doloroso. Então, há chances de sua parceira ter tanto interesse no assunto quanto você.
Mas e como falar?

Ok, tem muita mais gente que gosta de BDSM do que sonhavam as vãs filosofias moralistas, mas como eu começo a conversar sobre o tema com minha parceira? Simples: apenas comece a conversar sobre sexo. Se não está acostumada a falar sobre as coisas que lhe excitam, torne isso um hábito.

Faça uma lista das fantasias que gostaria de experimentar, bem simples a princípio, e deixe sua parceira escolher aquelas que mais a excitam também. Ou peça para sua parceira fazer uma lista das fantasias dela para que você escolha as que vocês têm em comum. Você não imagina como, algumas vezes, as pessoas que pensamos que conhecemos nos surpreendem.

Não vá tentando tudo de uma vez. Tá certo que aquela cena de spanking com bondage numa nave espacial é muito tesuda, mas tente se concentrar em uma ou duas coisas que você mais deseje. Fantasias muito elaboradas podem esperar.

Palavras de segurança (safe words)
Palavras de segurança em BDSM são aqueles termos que as partes estabelecem antes de uma sessão. Elas servem para interromper ou diminuir a intensidade de uma determinada prática. Isso porque, em cena, gritos de “pare” ou “não” podem querer dizer exatamente o oposto do que significam normalmente, então melhor escolher palavras que não são comumente usadas em sessões. Mercy (piedade em inglês) já e um clichê do meio BDSM, que vocês podem emprestar, mas nada impede que você e sua parceira inventem outras que lhes sejam mais significativas.

Partindo para ação
Então foi melhor do que você imaginava, e sua namorada, parceira (whatever), também gosta de experimentar novidades na cama. Agora só resta partir para a ação. Vamos começar por duas das práticas mais comuns em BDSM, seguindo o lema do devagar e sempre.

Bondage (Amarrações)  Inicie devagar, com algo bem leve. Esqueça aquelas imensas construções de metal e a cruz de Santo André que você viu em vídeos dos sites do gênero. Não quer apavorar sua amada, não? Para começar, tente amarrá-la com uma echarpe ou uma corda de algodão, mas não use echarpe ou meias de seda, pois elas são muito finas e podem prender a circulação. Depois você pode comprar similares de algemas em uma sex shop.

Amarre sua parceira na cabeceira da cama, em uma cadeira, ou simplesmente prenda as mãos dela atrás das costas. Tenha em mente que a intenção é provocar restrição de movimentos, o que excita muita gente, mas não desconforto exagerado. Em seguida, solte a imaginação, coloque uma venda nos olhos dela, alterne entre estímulos dolorosos e prazerosos, surpreenda-a com atividades diferenciadas, mas nunca esqueça os limites acordados.

Spanking (entre tapas e beijos)
Spanking significa dar palmadas em inglês. Como spanking é mais sintético e brasileiros adoram usar termos em inglês, não se costuma traduzir a palavra. No entanto, spanking também é usada na acepção de chicotear, igualmente empregada no âmbito erótico. Abaixo algumas dicas de spanking nas duas acepções.

Spanking (Dar palmadas)  Para começar, você pode utilizar suas próprias mãos para fazer um spanking leve, mas não menos prazeroso. Coloque sua parceira sobre seus joelhos e dê palmadas em suas nádegas ou amarre as mãos dela, na cabeceira da cama, e lhe dê um tapa no rosto de leve. Não exagere nem tenha pressa. Dê palmadas leves a princípio, observando a reação dela. Se for positiva, se notar que ela se excita com os tapas, aumente a intensidade e a velocidade dos mesmos. Você precisa perceber os limites à dor de sua parceira baseando-se nas reações dela tanto verbais quanto não verbais.

Spanking (chicotear)

Posteriormente, caso ambas se tornem apreciadoras de spanking, podem tentar algo mais hard. Podem começar a usar cintos, floggers e chicotes. Em sex shops, ou casas especializadas bdsm, é possível adquirir esses instrumentos sem maiores embaraços.









Melhor começar com os floggers nesta nova fase. Floggers têm várias tiras (as mais indicadas para começo são as mais largas) feitas de couro ou camurça macios. Teste em si própria, em suas mãos ou pernas por exemplo, para sentir a sensação do material em sua pele. Bom mostrar o flogger para sua parceira antes da sessão a fim de não assustá-la. Lembre que esses cuidados visam deixar sua parceira à vontade e a acostumá-la com as práticas BDSM.

Como no spanking com as mãos, comece de leve, sem pressa, e com cuidado. Bata nas nádegas de preferência, no dorso, nas pernas, mas nunca na cabeça, na região dos rins, no rosto, etc. Mesmo usando apenas o flogger, que é relativamente leve, convém buscar mais informações sobre técnicas de uso de chicotes para se desenvolver nessa prática. Lembrando sempre que, em BDSM, prazer e dor dialogam, mas devem sempre ser mediados pelo consenso e pela preocupação com a saúde dos envolvidos. Senão, pode-se passar do erotismo para a patologia.

Observações finais
Acima falamos sobre como você pode dar os primeiros passos, com sua parceira, no mundo BDSM. Vamos agora resumi-los.
• Faça uma lista das fantasias que gostaria de por em prática com sua namorada.
• Mostre a lista para ela e escolha as práticas que mais excitam a ambas.
• Estabeleça palavras de segurança que servirão para diminuir a intensidade de uma determinada prática ou para interrompê-la.
• Se achar necessário, compre o equipamento que ambas apreciem para implementar suas práticas.
• Comece devagar e de leve, observando as reações de sua parceira, e vá aumentando a intensidade de suas ações, se o retorno for positivo.

Papéis e cenários em BDSM

Neste texto, abordamos como você pode introduzir práticas BDSM em sua relação com sua namorada a fim de incrementar o gozo mútuo. Falamos apenas de duas das práticas mais comuns em BDSM que são o bondage e o spanking. Existem inúmeras outras práticas em BDSM, sem falar que o bondage, sobretudo na versão japonesa, o shibari, apresenta inúmeras variações de nós e amarrações verdadeiramente artísticos, cuja abordagem foge ao objetivo desse artigo, apenas introdutório.




















Agora, independente das práticas, é fundamental abordar o que chamamos de espírito do BDSM, aquilo que de fato identifica uma relação BDSM como tal, ou seja, os papéis desempenhados pelos pares. Você pode começar a adotar várias das práticas geralmente definidas como BDSM, pela maioria das pessoas, mas, se em sua relação, elas não vierem acompanhadas dos papéis de Top e bottom, elas não poderão realmente ser definidas como BDSM. Numa cena BDSM, sempre tem que haver um(a) Top e um(a) bottom, alguém que é agente e outro que é paciente, alguém que manda e alguém que obedece, alguém que domina e alguém que se submete a esse domínio.

Você e sua namorada podem até gostar de ambos os papéis e intercambiá-los mas em diferentes sessões. Troca de papéis, numa mesma sessão, não é pecado, nem ninguém vai impedi-la de praticar do jeito que quiser, mas decididamente não é BDSM. O que de fato caracteriza o BDSM, para lá das práticas, é a relação vertical, a posição vertical (daí Top e bottom, no alto e embaixo) em qualquer interação erótica. Naturalmente, fora das sessões, a questão é outra, a não ser que ambas decidam o contrário.

Vale também mencionar o cuidado que se deve ter com o cenário, com o ambiente, com o desempenho. O BDSM busca exacerbar os sentidos, então, velas, aromas, as roupas dos pares, o trato com os instrumentos, tudo tem que ser bem feito, ensaiado até mesmo. Claro, você está brincando, dando asas a imaginação, mas não pode ser de qualquer jeito, negligentemente. BDSM é brincadeira de gente grande levada a sério. Lembre-se que os melhores atores são aqueles que vivem seus personagens em vez de simplesmente representá-los. E muito prazer.

Fonte: o texto acima foi parcialmente baseado no artigo Introducing BDSM to your partner de John Tyros.
Segue abaixo vídeo, com uma pequena cena como sugestão de prática. Espero que apreciem.